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E ainda tem gente que acha Português difícil! |
Prezados.
Ontem tive o prazer (ou o desprazer?) de prestar mais um concurso de minha vida, dessa vez o tão esperado concurso para professor efetivo na SEDU. Ou seja, se eu passar e conseguir a vaga, serei a portuguese teacher até me aposentar.
Tenso é ver o Salesiano lotado sendo que o local da minha prova foi na Emescan.
Enfim, cheguei e fiz o que tive de fazer. A prova atrasou um pouco e as cadeiras da sala da prova eram tão desconfortáveis que me rendeu uma baita dor nas costas. Para variar, a prova era gigantesca com 70 questões de Língua Portuguesa, Pedagogia e Conhecimentos Específicos, e depois mais duas questões discursivas vindas em outro caderno de resposta.
Quando termino de fazer as 70 questões e me apego à primeira resposta discursiva, deu-me uma vontade de levantar e ir embora. Sério, que tipo de pergunta é essa que nos fazem? A pergunta era mais ou menos assim: "Estudo de caso: professores do 1º ano do Ensino Médio percebem que seus alunos estão aquém do esperado. Não sabem o básico das operações matemáticas e têm grande dificuldade na leitura e escrita. Dê duas sugestões para contornar essa situação".
Meu primeiro impulso (depois do de sair correndo) foi escrever: MAS QUEM DEIXOU ESSES ALUNOS PASSAREM PARA O PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO SEM SABER QUE 2 x 2 = 4???? Percebem que absurdo? Cometem o erro de passarem o aluno apenas por passar e é o professor do ano seguinte quem tem que se virar? Pensei seriamente em escrever "mande esses alunos de volta para o Ensino Fundamental", mas isso não existe no Brasil, que pena.
Então, para ver se consigo atender ao que eles esperam, escrevi duas sugestões que espero ser razoáveis para eles. Para mim, não foram. Nem me lembro direito a balela que escrevi, de tão entorpecido que estava de dor nas costas. Só sei que agora, em meu blog, posso escrever a resposta que para mim faria todo o sentido.
Conforme salientado, a única forma de evitar a situação descrita é não passando de ano alunos que estão despreparados. Mas ultimamente se tem propagado a ideia de que reprovar faz mal aos sentimentos dos alunos. Outros professores de cunho socialista pregam que a reprovação é "injusta" e só se aplica aos alunos negros e pobres! Sim, aquela baboseira de que só acontecem coisas ruins a quem é negro e pobre. Então eu tenho de passar o aluno coitadinho, ele não tem culpa se não sabe separar sílabas. O aluno não aprende por falta de interesse, de atenção; ele não aprende porque mora na favela, mora num bairro violento, tem família desestruturada; por isso nós professores temos de ser "compreensíveis". Então a batata quente para nas mãos do professor do ano seguinte. Essa é a Pátria Educadora?
A SEDU se preocupa mais com o leite derramado do que em evitar derramar o leite.
Vocês acham que se eu escrevesse minha resposta assim a SEDU ia me dar nota 25?