segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Memórias Póstumas de José de Anchieta - O Guarda-Costas

Sonho de consumo de muitas...

     Em este artigo pretendo descrever um dos filmes que se tornou presença em minhas memórias, tamanho o sucesso que foi na época. "O Guarda-Costa", filme lançado em novembro de 1992, contou com a atuação de Kevin Costner fazendo o dito cujo e a estreia da cantora Whitney Houston como atriz.

     Diana Ross em definitivo não teve sorte. Há séculos que Hollywood queria fazer um filme com esse enredo, e chegaram a convidá-la para o papel em 1976, mas o projeto não foi para frente. Depois, em 1979, novamente chamaram a cantora dizendo "Agora vai!" e até chegaram a cotar o ator Ryan O'neal para o papel de Frank Farmer, mas novamente o projeto azedou. Ryan acabou fazendo neste ano outro filme com outra cantora, Barbra Streissand.

     Implicância com a cantora? I don't know. Só sei que o projeto saiu finalmente do forno com Whitney. E ela se saiu muito bem, por ser a primeira vez como atriz. A crítica americana se dividiu: uns chatos diziam que Whitney e Costner pareciam duas estátuas sem emoção, outros sentiram seu coração derreter com o "And IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII".

     Não quero arruinar infâncias e adolescências de ninguém, mas a música em questão, "I Will Always Love You", não é da Whitney e nem de Sandy & Júnior, é da Dolly Parton.

     Enfim, autorias à parte, se tem algo em que Whitney se beneficiou neste filmaço foi com a trilha sonora. Metade do disco foram de suas músicas (eu sei, já falei no parágrafo acima). As músicas foram lançadas em single e tiveram até videoclipes. O disco vendeu 42 milhões de cópias (um deles lá em casa) e ganhou trocentas certificações de quase toda a tabela periódica. Só aqui no Brasil ele foi 3 vezes PLATINUM!

Disco joias do Infinito
Vamos conferir os Top of the Pops:

  • "I Will Always Love You" - Carro-chefe tanto para o filme como para o disco. Usaram-na para a parte final do filme, provavelmente deixando o público feminino às lágrimas. Whitney ganhou TODOS os Music e Movie Awards a que foi indicada. A música foi nº 1 em tudo quanto era rádio até em países nada a ver como Finlândia e Zimbábue (!!!) Dizem por aí que Dolly Parton ficou com recalque, mas vocês sabem como são as colunas de fofocas.
  • "I'm Every Woman" - Oooooutra música que não é dela, mas sim da Chaka Khan. Mas, que culpa tem Whitney se o povo só descobre as músicas na voz dela. Pra quem está tendo aulas de canto, esta música é uma boa pedida. Cheia de notas altas na parte final, serve como ótimo exercício vocal.
  • "I Have Nothing" - Finalmente, pro povo parar de mimimi. Esta canção pode não ter sido nº 1 nas rádios, mas tornou-se um clássico para quem tem bom gosto; em especial por ser bastante executada no filme. Lá, a personagem Rachel Marron foi indicada ao Oscar por esta música. A música é tão complicada que nunca a vi em nenhum videokê na época (quem se atreveria?) e a própria Whitney quando cantava em seus shows, mandava a orquestra baixar de "Si (B)" para "Lá (A)". 
  • "Run to You" - Outra música romântica e gostosa de ouvir. A posição mais alta dela foi nº 7 em Portugal. Só que os críticos não concordaram com a cena do filme onde colocaram a canção. Dizem eles que, por a letra da música se tratar de uma mulher que quer reatar o amor com seu homem (tá bem explícito no título, correr para você), ela deveria aparecer mais pro meio, quando Rachel e Frank brigam; e não no começo, onde Frank está vendo o videoclipe dela com aquela cara de quem diz "Vem ni mim, minha neguinha"!
  • "Queen of the Night" - Outra música que teve melhor posição em Portugal. Lamentavelmente ela não caiu no gosto do público em geral, que sempre associou Whitney às baladas românticas. Essa tentativa dela ser moderninha anos 90 (de acordo com os críticos) foi um FAIL. Bem, aqui em casa todo mundo gostou. 
O restante do disco nem vale a pena comentar, a não ser que você conheça Kenny G, Curtis Stinger e Joe Cocker.

     O disco da trilha-sonora não só rendeu grande reconhecimento nas rádios para Whitney, como também uma grande turnê internacional, que durou até 1994. Ela ficou esse tempão sem gravar novo disco - e para quê? Ela era Whitney Houston, podia! E nesta turnê ela incluiu o Brasil. O show feito no Rio de Janeiro, na Praça da Apoteose, foi transmitida pela Globo e se encontra no YouTube

     Agora algumas curiosidade sobre os atores do filme:

  • Whitney, como sabemos está na categoria R.I.P. Quando ouço esse povo querendo legalização das drogas me dá coisas como o Dr. Chapatin e lembro do exemplo dela. 
  • Já Kevin Costner, parece que não vai morrer tão cedo. Firme e forte aos 63 anos, ele continua na ativa. Você pode encontrá-lo em vários filmes como "Robin Hood: Principe dos Ladrões", "JFK", "Whyatt Earp", "Os Intocáveis", "Um Mundo Perfeito", "Campo dos Sonhos (com os espíritos zombeteiros), "Waterworld", "3000 Milhas Para o Inferno" e mais recentemente fazendo o papel de Jonathan Kent, pai adotivo do Super-Homem nesta versão atual. 
Uma curiosidade: Costner é fã de beisebol, o que explica tantos filmes em que ele atua como jogador ou atua num filme sob o tema, como exemplo o "Campo dos Espíritos Sonhos".
  • A fulana que faz o papel da irmã de Rachel é totalmente desconhecida e nem mereceu um artigo da Wikipedia, HAHAHAHAHAHAHAHAHA
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  • Nem tudo são más notícias. Bill Cosby ainda está vivo.
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  • Agora aqui vai mais fatos curiosos com o Greg Portman. O ator Tomas Arana, que é italiano, mesclava entre Hollywood e Itália. Quando ele estava nos States, ele não só participou no filme citado como também em "Tombstone", "Los Angeles Confidencial", "Gladiador", "Pearl Harbor", "A Supremacia Bourne" e "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge"!


     E por falar em "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge", o ator neste filme que faz o Bane e atualmente Ed Brook em "Venom" parece ser filho do Kevin Costner! Vê se não tenho razão?

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Pois bem, encerro hoje meu artigo com essa imagem ícone do cinema:



Fontes:
Google Images
Wikipédia
Minha memória
Minha família com alto gosto cultural.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Memórias Póstumas de José de Anchieta: Várias Variáveis.

QUANTA COISA EM UMA CAPA...
Mais um disco dos Engenheiros que marcou a minha infância. De longe o disco que mais tem referências, citações, indiretas e homenagens de toda a discografia da banda gaúcha. Lançado em 1991, foi produzido pela própria banda! Infelizmente não encontrei quanto que foi a vendagem. Mas deve ter vendido milhões, né, gente! Vejam abaixo o motivo:

1) TOP OF THE POP:

  • "Herdeiro da Pampa Pobre" - clássico mais lembrado do disco, foi lançado em single e teve videoclipe na MTV. Irônico que a música não é de autoria da banda, e sim do cantor Gaúcho da Fronteira.
  • "Piano Bar" - segundo clássico mais lembrado, também divulgado em single nas rádios. A MTV apresentou uma performance ao vivo da música como videoclipe. Muito se discute sobre o que Gessinger realmente queria dizer com "ontem à noite\ eu conheci uma guria". 
  • "Muros e Grades" - terceiro clássico mais lembrado, também divulgado nas rádios (quem não se lembra da Transamérica?) Quando criança não conseguia lembrar de toda a letra. E ainda tem versos da canção "A violência travestida faz seu trottoir", do disco anterior.
  • "Ando Só" - Aqui, um rock bem pesado, dos bons. Na turnê "Filmes de Guerra, Canções de Amor", um clássico regido pelo Fantasma da Ópera, sem Carlota atrapalhando.
  • "Sampa no Walkman" - Fãs dizem que essa música só foi divulgada em São Paulo, mas eu me lembro perfeitamente dessa música em meu Estado. Acho que o povo a está confundindo com "Quartos de Hotel". 
2) A "PLAYLIST" DA TURNÊ.
Em aspas porque nos shows que se têm registro eles nunca seguiram essa lista à risca.
  1. Toda forma de poder
  2. Infinita Highway
  3. Refrão de bolero
  4. Pra entender (Desde já essa música pouco famosa era escolhida pros shows)
  5. Somos quem podemos ser
  6. Alívio imediato
  7. Nau à deriva
  8. O Papa é pop
  9. O exército de um homem só I e II
  10. Era um garoto que como eu...
  11. Pra ser sincero
  12. Anoiteceu em Porto Alegre
  13. Herdeiro da Pampa pobre
  14. O sonho é popular
  15. Quartos de hotel
  16. Ando só
  17. Piano bar
3) TRADUZINDO AS CANÇÕES.
  • O disco que mais tem referências, a começar pela cor da capa: verde é uma das cores da bandeira do Rio Grande do Sul. As demais cores, amarelo e vermelho, aparecem nos discos "A revolta dos dândis" e "Ouça o que eu digo: não ouça ninguém".
  • A cobra que morde o próprio rabo dá a ideia de que no final tudo irá se repetir. Me lembra um pouco o Ciclo da Vida pregado no filme "O Rei Leão".
Demais símbolos na capa:
  • O relógio do Mickey Mouse que aparece no videoclipe "The Wall", Pink Floyd.
  • Um símbolo radioativo.
  • Desenho de Leonardo da Vinci chamado "Homem Vitruviano".
  • Emblema do 1\14º GAV Esquadrão Pampa.
  • "Beba Chimarrão", uma indireta ao slogan da Pespi na época.
  • "Senta a púa", lema do Primeiro Grupo de Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira.
  • Um telefone.
  • Uma carinha sorrindo (Profetizando os emojis???)
  • Uma pirâmide com aquele símbolo do "Olho que tudo vê". (Já vi isso em algum lugar...)
  • Emblema do Sport.
  • Emblema do Grêmio (ÓBVIO!)
  • Uma moeda.
  • O símbolo da ONU de cabeça pra baixo.
Eu não disse? E tem mais!
  • Na música "O sonho é popular", a frase "Uma mentira repetida até virar verdade" é referência ao lema comunista que está tanto em moda em nosso país, infelizmente. ("Uma mentira repetida mil vezes se torna uma verdade")
  • Falando em comunismo, mais uma patada: em "Museu de Cera", podemos ouvir Cid Moreira falando ao fundo da música "A crise do comunismo na União Soviética contribuiu para a derrota do Socialismo na Suécia" KKKKKK!!!
  • "Várias Variáveis" é o nome de uma disciplina do Curso Superior de Engenharia!!!!
  • "Pergunte ao Pó", da música "Ando Só", é o nome de um conto de John Fante.
  • "Descendo a Serra" faz referência a 1) "Poema de Sete Faces", de Carlos Drummond de Andrade 2) Ao filme alemão "O Ovo da Serpente" 3) Ao filme "Um Dia de Cão", com Al Pacino 3) Ao livro "Mês de Cães Danados" de Moacyr Scliar. HAJA CULTURA!
  • "Sampa no Walkman" faz alusão à música "Sampa", de Caetano Veloso.
  • "A mesma esquina, em outra canção", se refere às esquinas da Avenida Ipiranga com a Avenida São João, em São Paulo capital, também mencionada na música citada.
  • "Alguma coisa acontece em meu coração" é um verso da música citada. Caetano deve ter liberado ou os Engenheiros pagaram direitos autorais para chegar a tanto...
  • "Herdeiro da Pampa Pobre" é a mais enigmática. Com um forte vocabulário gaúcho, usando expressões e palavras exclusivas da região, o cérebro dos fãs que moravam em outras partes do Brasil chegou a ferver para entender a letra. 
Com tanto conteúdo, me vem um questionamento: será que os artistas em voga hoje produzem músicas de tamanha profundidade em cultura e saberes? I don't think so...